Você (realmente) sabe o que é performance?

Em tempos de crise, e principalmente de mercados tão competitivos, muito se fala de resultado e performance.

Agências de publicidade tradicionais e principalmente digitais de pequeno, médio e grande porte já absorveram o uso frequente dessas palavras e as aplicam em todo e qualquer tipo de debate empresarial, defendem com unhas e dentes diante de seus clientes e do mercado a importância de agir e reagir com performance e resultado.

Desta forma, o famoso ROI (return of investment) virou o REI, e como a história conta, o Rei é quem manda e para ele o que importa são os fins e não os meios, afinal, o momento que vivemos exige isso, certo? Errado! Em um cenário no qual a informação, como matéria-prima, está cada vez mais abundante, o primeiro erro que se comete é confundir performance e resultado.

Na arte, a performance seria atuar com perfeição transmitindo sentimentos e emoções, seu resultado seriam aplausos e bilheterias cheias. Já no esporte, a performance seria a união da execução de movimentos e técnicas perfeitas com a força física, seu resultado seriam medalhas e recordes.

Desta forma, performance se torna indiscutivelmente a representação dos meios e os resultados seguem como os fins. A melhor representação de performance, no entanto, quando nos referimos a empresas e negócios, é a de máquinas e motores, nos quais a performance representa, através do funcionamento de cada um de seus componentes em conjunto, a capacidade de alcançar o resultado ou objetivo desejado da forma mais eficiente e menos desgastante possível.

Performance é uma prática diária, uma metodologia que prevê a realização minuciosa de atividades estratégicas definidas a partir de informação e gerando mais informação, muita informação.

Neste sentido, as estratégias digitais têm se destacado através dos 3 V´s da Big Data, Volume, Variedade e Velocidade. No entanto, performance não se resume à execução perfeita das atividades, o nome disso é processo, performance é a forma como se enxerga a atividade, os impactos dela no ambiente no qual ela foi aplicada e principalmente de que forma esses impactos realimentarão a estratégia.

A performance na condução da estratégia exige uma mudança na forma de olhar as ações, precisa estar inserida na filosofia de trabalho, não é uma simples receita a ser executada.

É como no futebol, um zagueiro, por melhor que ele seja, jamais irá olhar a bola da mesma forma que um atacante, a visão por trás daquele objeto é completamente distinta. Um zagueiro possui fundamentos bem definidos, cada ação gera uma reação intimamente ligada ao objetivo maior.

No mesmo campo, o atacante simplesmente joga, faz a parte dele, não foi ensinado nem programado, ele simplesmente reage aos estímulos considerando cada jogada como um evento isolado e a partir do histórico acumulado por ele, tomará sua decisão sobre como agir.

Respeitando as posições, somente um o zagueiro pode garantir o empate, mas só o atacante pode conquistar a vitória. Isso não quer dizer que uma empresa que não possui a abordagem de performance não possa assumir essa posição, quer dizer apenas que ela deve deixar de olhar o jogo como zagueiro e passar a olhar como atacante, mudando assim sua postura e posição no campo.

Considerando essa necessidade de mudanças profundas na forma de perceber, processar e agir, alguns passos básicos podem fazer toda diferença nessa transformação.

  1. Feeling é bom, mas informação é fundamental:

Ter consigo a sensação de que uma estratégia faz todo sentido e que tudo conspira para que ela dê certo, sem dúvida é um excelente começo para a execução das atividades, mas está longe de ser o suficiente para garantir a condução de uma estratégia. Embora tudo pareça favorável, jamais dispense a validação de uma estratégia através de dados e informações seguras, pois sem isso a melhor aposta pode se tornar um mero palpite.

  1. Ontem, hoje e amanhã:

Dados de situações passadas são valiosos para as tomadas de decisão, mas lembre-se de que hoje ainda está acontecendo e você pode mudar a direção das coisas antes que elas se tornem situações passadas e só sirvam para realimentar as decisões para amanhã.       

  1. Solução certa só funciona para o problema certo:

Nem sempre o problema mais evidente deve ser combatido, muitas vezes ele é apenas a representação de um efeito colateral. Desta forma, são combatidos os reflexos dos problemas reais, que nem sempre são identificados pela falta de profundidade das informações utilizadas. É sempre importante forçar o cruzamento de dados existentes para geração de mais dados em busca de “sintomas” que diferenciem aquela situação de outras semelhantes.

  1. Testes são sempre bem-vindos:

Diante de tantas opções de ações e estratégias e da complexidade do mercado, ficar amarrado a uma estratégia de sucesso e se apoiar na crença de que ela nunca falhará é um erro grave. Ainda que sua estratégia atual lhe ofereça os melhores resultados já vistos, siga realizando pequenos testes e conhecendo novas mídias e ferramentas para que não seja pego de surpresa no futuro e até mesmo descubra uma alternativa para potencializar sua estratégia atual.  

  1. Erros e acertos que alimentam:

Todas as estratégias realizadas, sejam elas bem-sucedidas ou não, produzem dados de altíssimo valor. Todos esses dados devem realimentar as estratégias com objetivo de tornar todo o movimento mais inteligente e menos arriscado. Erros e acertos passados devem ser considerados com igual importância. Vale destacar que o diferencial desse processo de leitura e realimentação é a sua velocidade, pois o mesmo pode ocorrer ao longo de um dia.

Portanto, performance apesar de sua simplicidade, vai muito além da obtenção de resultados objetivamente, está profundamente ligada à forma de ver e conduzir os processos e atividades.

Sendo assim, performance não torna o resultado menos importante, ela o torna mais fácil.  Por outro lado, não adianta que as agências carreguem esse conceito como argumento de venda apenas ou mantenha toda metodologia de performance só com ela. É fundamental que essa metodologia seja compreendida e aceita pelos seus clientes de forma profunda para que ela seja realizada com sucesso.

Artigo escrito por:

Rodrigo Vanzan

CEO da 4Buzz, agência de marketing full digital que combina inteligência, branding e performance