As 22 ações que todo empreendedor de startup deve ter – Parte 1

A escolha de uma profissão está interligada intimamente com a sua educação, seu ambiente formador, suas ambições, suas escolhas, seu histórico. E isso não é diferente quando alguém encontra motivações para empreender. Suas experiências anteriores é o que guia seus esforços para propor as mudanças significativas na entrega de valor para a sociedade.

Por sua vez, o que define um grande empreendedor é sua capacidade de entendimento sobre as técnicas aprendidas e sua capacidade de resposta frente aos problemas e oportunidades de mercado.

Uma boa formação técnica assim como uma boa formação empreendedora é a base que se espera para que ele consiga ser o precursor de ações que promova a transformação de uma sociedade. Apresentar soluções significativas para os problemas identificados é a base que todo jovem empreendedor, sobretudo de startup, deve ter para tentar atingir o sucesso.

Mas quais são as ações e quais são as suas condições para que isso se concretize?

A condição mínima é a sua capacidade de validar uma proposta de valor e é nesse ponto que geralmente os iniciantes se deparam com sua primeira dificuldade: a ansiedade.

Propor soluções para problemas não identificados ou trabalhar propostas sem ouvir o que o mercado espera de você é o erro mais comum das startups early stage.

Para você evitar esse e outros erros, listamos os 22 passos que são divididos em três etapas e vão te ajudar a diminuir a ansiedade, manter o foco e o brilho nos olhos.

A primeira etapa é chamada de Preparação, composta por oito passos que você confere a seguir:

  1. Antes de começar, comece aprendendo

Assim como ninguém corre uma maratona sem antes ter passado por um treinamento e ter um condicionamento físico adequado, não é recomendável iniciar uma jornada empreendedora sem se preparar e estar bem orientado para ela. A base de todo empreendedor é saber o que o empreendedorismo, de fato, gera. E buscar pelas referências é sempre um bom caminho pois assim você consegue encurtar algum. Ouvir as experiências de quem já fez uma trilha é importante porque consegue transmitir parte da sua vivência. Ler referências bibliográficas sobre o assunto, participar de meetings e fóruns e transitar o ecossistema, além de muito inspirador é o bê-a- bá de quem está querendo começar a formar sua própria jornada.

  1. Transforme sua ideia em um conceito

Antes de tudo, compartilhe sua ideia com os demais. Não, ninguém vai roubar a sua ideia. Primeiramente porque as pessoas não têm a mesma inclinação, visão e disponibilidade que você. Depois porque a sua ideia, pura, não vale absolutamente nada. E por fim, há uma grande chance que alguém já esteja executando ela em algum lugar do mundo.

Compartilhar a sua ideia com pessoas chaves é uma maneira inteligente de obter colaboradores para tirá-la do papel. Fatalmente que você não terá todas as respostas para todas as perguntas nem garantias de que aquela ideia tem fundamento ou se triunfará. Em particular, é crucial distinguir o conceito de negócio do conceito de produto. É bom criar uma ideia para um novo widget, aplicativo ou site, mas é mais importante entender o valor que o produto traz ao cliente e entender quem estará disposto a pagar por ele. Neste ponto, você não precisa de um plano de negócios, mas da capacidade de explicar claramente o que você está fazendo e por quê – e esse é o conceito de sua empresa.

  1. Elabore um Plano A

Ao colher os primeiros feedbacks da sua ideia, o próximo passo é organizá-los e classificá-los de modo a entender o conceito formatado. Este movimento de divergente/convergente ajuda a ampliar as possibilidades e focar os pontos de maior relevância para o seu negócio. Esta estrutura é essencial para traduzir os fatos em insights que vão fazer parte do core business e levar a primeira proposta de valor para seu público.

Isso permitirá que você se organize e avalie cada nova intenção, altere ou sacramente suas hipóteses. Mas não se iluda, estamos falando aqui de uma prova conceito que deve ser verificada. Os detalhes do seu negócio começam a ter sinergia a partir deste ponto. Isso vai permitir que você classifique os pontos de interesse, elimine aquelas que não fazem sentido e mais importante, edifique todos os seus argumentos.

  1. Pesquise e conheça bem os seus concorrentes

Assim que você iniciar a construção da sua startup com todos estes conceitos (validados ou não) nas mãos, procure conhecer a fundo as empresas que estão trabalhando a mesma coisa que você. Ouço muito de jovens empreendedores a frase: “não existe nada semelhante no mercado”. Será? A facilidade de se encontrar projetos aplicados em plataformas como o Gust hoje em dia é muito grande e a chance de algum ser semelhante (ou idêntica) ao seu também é. Nem entro no mérito de ser um First Mover ou um First Follower, mas de entender a fundo as propostas que seus concorrentes estão apresentando. O que você consegue absorver e replicar e quais diferenciais que você deve se atentar para apresentar para os seus clientes. In a world full of copycats, be an original.

  1. Forme um Dream Team

É bem provável que, durante o seu percurso, você consiga adeptos e atraia pessoas interessadas em ajudá-lo com o seu projeto. Um conselho: nunca misture amizade com negócios. A relação entre os fundadores deve ser a mais respeitosa possível. A definição dos papéis deve ser muito clara e coerente e faça as suas escolhas a partir do perfil complementar, da sinergia e da capacidade de execução. Exercite sempre o conflito e promova em embate de ideias. É muito saudável. A sua startup vai precisar de pessoas de altíssimo nível com dedicação exclusiva e trabalhe desde cedo o empowering. Steve Jobs já dizia: “Não tem sentido contratar pessoas inteligentes, e depois lhes dizer o que deve ou não fazer!”

  1. Defina os percentuais

Assim que você compor a equipe da sua startup, defina o equity – quanto cada pessoa terá de participação. Reserve um percentual para colaboradores que serão chaves (stock option). Da mesma maneira defina os papeis dos fundadores. Há uma definição em inglês que traduz sistematicamente isso: “good fences make good neighbors”. Transita um documento com o entendimento claro e racional a respeito das regras, dos direitos e dos deveres de cada pessoa.

Dentre os fatores de insucesso de uma startup, o desentendimento entre os sócios se destaca. Acho muito prudente ter a leitura de um profissional de direito para ajudá-los neste momento. O combinado não é caro. São honorários muitíssimo bem gasto que podem evitar desgastes desnecessários no futuro.

  1. Produto Mínimo Viável com seus primeiros clientes

Até este momento, a sua startup ainda não é uma startup e o seu business é apenas um conceito. Você ainda não vendeu nada para ninguém. Mas agora é hora de colocar o pé na estrada. Sua missão é ofertar uma solução que seja convincente para alguém que vive um problema ou tenha alguma necessidade real. Convincente se traduz em vendas. Se te pagarem por isso, você tem um produto mínimo. Enquanto à viabilidade, ainda precisa ser analisada sob outros aspectos, mas a primeira entrega foi realizada e isso é um bom começo.

Aqui é onde se aplica o método do The Lean Startup (Eric Ries, editora Crown Business). Não espere que a sua proposta de solução seja impecável para oferecer aos primeiros compradores. Você deve testar o produto ou serviço junto com seu cliente. Capture os feedbacks dos leads e use como instrumento para melhorar sua proposta e validar suas hipóteses.

  1. Crie a sua marca com o seu público

O nome da sua startup é importante. A maneira que você apresenta também. Mas seria muito eficaz se você tivesse a participação do seu público para a definição da sua marca. Uma marca bem construída pode levar anos e ela não deve ser atemporal. Mas no começo da sua entrega, procure entender o quanto a marca é impactante. Não é o momento de contratar especialistas para isso, mas fuja das armadilhas para o naming e procure apresentar um significado que seja condizente com o valor que você entrega.

Artigo escrito por:

Clayton Guimarães

Head de Operações do Sevna Startup e co-Diretor do Founder Institute. Foi fundador das startups Agrobuss e Fleety, é advisor e investidor de startups de base tecnológica.

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